sábado, 19 de setembro de 2015

A Bíblia VS Alcorão

O Sura 2:249. Quando o rei Saul, de Israel, saiu marchando com suas tropas, disse: “Deus vos testará por meio de um rio. Aquele que dele beber não fará parte do meu grupo; aquele, porém, que não provar dele, a não ser por meio de beber pela mão, fará parte do meu grupo.” Faz-se aqui tremenda confusão entre Saul e Gideão (confira Juízes 7:5-8).

Sura 61:6: “E lembrai-vos de quando Jesus, Filho de Maria, disse: ‘Ó filhos de IsraAlcorão dos muçulmanos possui sérias incoerências e inexatidões históricas (mesmo sendo muito mais recente que a Bíblia). Exemplos: 

el, em verdade sou o apóstolo da parte de Deus para vós, a fim de confirmar uma lei que foi dada antes de mim, a fim de anunciar um apóstolo que virá após mim, e cujo nome será Ahmad.’” O autor certamente obteve isso a partir do título Parakletos, que Jesus atribuiu ao Espírito Santo, em João 16:7. Confundiu-se Parakletos com Periklytos (famoso, louvado) que, em árabe, seria Ahmad ou Muhammad (Maomé). 

Algum tempo atrás, circulou pela internet um daqueles e-mails sensacionalistas dando conta de que teriam sido descobertas moedas com o nome de José do Egito. Era, na verdade, um grande mal-entendido. A informação proveio do jornal egípcio Al-Ahram, via site Memri. Outro site que repercutiu o assunto foi o Urban Christian News. Este até publicou uma foto, dando uma tremenda “barrigada” jornalística. As moedas da imagem são, na verdade, gregas e trazem a inscrição “Basileos Ptolomaios”. Nada de hieróglifos. Detalhe: José viveu por volta do ano 1850 a.C., enquanto Ptolomeu viveu no terceiro século a.C. 

No tempo de José não havia moedas. As fotos do site árabe são escaravelhos entalhados em alabastro e em pedra, e definitivamente não se trata de moedas. A moeda foi inventada no 8º século a.C. pelos lídios. Ademais, onde estão o rosto e o nome de José nesses artefatos? Além disso, José não era faraó. Como teria uma moeda esculpida com seu nome e rosto? Além do que, por ser judeu, não consentiria com esse tipo de homenagem pictográfica.) 

Parece que o Dr. Sa’id Mahammad Thabet, que é muçulmano, quis provar a exatidão do Alcorão, que na Sura 12:20 diz que os irmãos de José o “venderam por um preço baixo, um número de moedas de prata”. Muito material do Alcorão é “emprestado” da Bíblia, que é bem mais antiga que o livro sagrado dos islâmicos. O que ocorre neste caso específico é uma corruptela da tradução malfeita do texto bíblico de Gênesis 37:38: “Passando, pois, os mercadores midianitas, os irmãos de José, alçando-o da cisterna, venderam-no por vinte ciclos de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito” (Almeida Contemporânea). A versão Almeida Revista e Atualizada traz a palavra “moedas” em lugar de “ciclos”. Ocorre que o original hebraico traz apenas “vinte de prata”. A palavra shekels (= peças, pedaços, peso ou ciclos) foi um acréscimo posterior ao texto original. O Alcorão, baseado numa tradução bíblica imprecisa, colocou “moedas”.
O que Thabet fez foi tentar “salvar” o texto corânico, indo na contramão de outros estudiosos, ao afirmar que há textos da 3ª, da 6ª e da 12ª dinastias que mencionam moedas. Só que ele usa a palavra deben, que, à semelhança de shekel, era também usada para se referir à medida de peso (como o futuro talento) e pesava 21 gramas.

Fica aqui a advertência para que não espalhemos informações imprecisas (e/ou até inverídicas) por aí. (

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